quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Olhos azuis não deveriam chorar

Olhos azuis não deveriam chorar
Olhos azuis não deveriam existir
Quando vermelhos, a tristeza no fundo
É um pedaço do céu que se perde no mundo
Pecado insano
Ato completamente desumano
A dor no fundo de ser o motivo
De conseguir silenciar o sorriso
Apagar a luz que insiste em iluminar
Olhos azuis não deveriam chorar
Antes sufocasse ou aceitasse
Fugisse, escondesse, mentisse
Antes bebesse e tudo acabava
Olhar no que é tão lindo
De cores tão perfeitamente colocadas
Escolhidas com cuidado, com calma, carinho
Uma obra inacabada
A busca pelo ideal
O poema perfeito, em um tom genial
A exata melodia que enche o ar
Mas estupido, estupido rancor
Olhos azuis não deveriam chorar
Ultrapassa razão
O limite da linha, da longa linha
Um corte, profundo
Uma fotografia marcada, estampada, selada
Sobreposta a visão do mundo
No fundo
Pra sempre e sempre será
A dura verdade
Aceitar a realidade
Conviver em busca de perdão
De ninguém e nem outra pessoa
A não ser o próprio coração
E entender
Que olhos azuis, não deveriam chorar
Na verdade
Não deveriam nem existir